Risco de terrorismo nuclear centrará cúpula em Washington

 A Cúpula de Segurança Nuclear que  reunirá esta semana dezenas de líderes em Washington terá um objetivo  principal: prevenir que os materiais necessários para construir uma arma  atômica caiam nas mãos de grupos terroristas como o Estado Islâmico (EI), antecipou nesta segunda-feira uma fonte oficial dos Estados Unidos. 
"A cúpula estará muito centrada na questão específica de prevenir um dos  cenários mais aterrorizantes: a aquisição de materiais nucleares por  terroristas para fabricar um dispositivo nuclear improvisado", disse o  secretário adjunto de Estado dos EUA para a não-proliferação, Thomas  Countryman.
A expectativa é que chefes de Estado e de governo e ministros dos mais  de 50 países que participarão da cúpula nesta quinta e sexta-feira  conversem em particular sobre medidas para evitar que o grupo jihadista  EI tenha acesso a esses materiais.
"Não há dúvida que o EI gostaria de adquirir armas de destruição em massa", reconheceu Countryman em entrevista coletiva.
"Mas graças aos grandes passos dados por países da região (para proteger  seus materiais nucleares) e à campanha militar da coalizão  internacional, não há uma ameaça imediata de o EI tentar fabricar armas  atômicas", acrescentou.
Em geral, as possibilidades de os materiais nucleares caírem nas mãos de  terroristas "se reduziram nos últimos anos graças ao aumento da  segurança" nos países que os abrigam, mas o secretário destacou que é  necessária uma "vigilância contínua" em nível global para prevenir essa  ameaça.
Ficarão fora do debate oficial na cúpula alguns temas de interesse  mundial, como o acordo alcançado ano passado entre Irã e o G51 sobre seu  programa atômico e as preocupações da comunidade internacional sobre o  programa nuclear e de mísseis da Coreia do Norte.
"A condenação unânime da comunidade internacional às provocações da  Coreia do Norte se produz fora do processo da cúpula. É a ameaça mais  ativa e provocativa para a segurança no sudeste asiático, mas não é o  enfoque central da cúpula", indicou Countryman.
Mas esse tema deverá ser tratado nas reuniões paralelas à cúpula, como o  encontro bilateral na quinta-feira entre o presidente dos EUA, Barack  Obama, e o da China, Xi Jinping; além das reuniões marcadas para a  presidente sul-coreana, Park Geun-hye.
Essa é a quarta Cúpula de Segurança Nuclear internacional, após a de  2010 em Washington, em Seul em 2012 e em Haia (na Holanda) em 2014.
Este ano haverá uma ausência notável entre os presentes, a Rússia, cujo  Ministério das Relações Exteriores anunciou em janeiro que não  participaria em protesto pelo que considera uma tentativa dos  organizadores de interferir no trabalho da Agência Internacional de  Energia Atômica (AIEA).
"A Rússia tomou sua própria decisão de não assistir à cúpula. É infeliz  que a Rússia não vá estar, mas continuaremos trabalhando com eles" nos  esforços de segurança nuclear e não-proliferação, afirmou hoje Bonnie  Jenkins, coordenadora dos programas de redução de ameaças no  Departamento de Estado dos EUA.
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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