Os benefícios de se manter um negócio na família

Os benefícios de se manter um negócio na família
Escrito por Herbert Steinberg, especialista em empresas familiares
O Manual de Governança para Empresas Familiares da International Finance Corporation (IFC) aponta como ponto forte das empresas familiares um melhor desempenho frente suas correspondentes não familiares, tanto  em termos de vendas e lucros quanto de outras medidas de crescimento.
Em outro estudo, da Thompson Finance, que compara as empresas familiares  com suas rivais em seis índices financeiros, o desempenho das famílias  supera o das concorrentes em todos os parâmetros.
Essa resposta estatística se deve a algumas características: o forte  compromisso que a família tem com o negócio, o alto nível de dedicação e  o interesse em garantir a prosperidade para que a empresa possa ser  transferida para a próxima geração.
Outros pontos altos são confiabilidade e orgulho. Por ter suas histórias  de vida, seus nomes e sua reputação associados ao negócio, o esforço da  família proprietária se dá no sentido de aumentar a qualidade de seus  produtos e serviços e manter um bom relacionamento com seus funcionários  e parceiros.
As empresas familiares também, em geral, trabalham com um horizonte de  investimentos mais amplo, conseguem suportar melhor os momentos de  desaquecimento da economia e continuam comprometidas e estáveis na  relação família-empresa e mercado, enquanto outras são obrigadas a  responder rapidamente a seus acionistas, reduzindo custos e muitas vezes  cancelando projetos e produtos em momentos difíceis.
Por outro lado, características como a informalidade e a falta de  disciplina – porque em sua maioria as empresas familiares são dirigidas  pelas próprias famílias, que em geral têm pouco interesse em estabelecer  processos e procedimentos que observem regras claras e respeitadas –  são apontadas como desvantagens.
Inserir a cultura profissional em uma empresa familiar é sempre um  desafio cuja dimensão e consequências dependem de como o assunto é  trabalhado e absorvido internamente. Há de se diferenciar o que  significa “profissionalização” para as corporações e para as empresas  familiares. Muitos confundem este conceito com a prática de trazer  alguém de mercado em substituição a um familiar que atue na gestão.
Trazer um profissional externo não é garantia de sucesso ou de  competência. Abandonar o “fazer de forma doméstica” é adotar processos  profissionais. Isso faz realmente diferença. O que prevalece, de fato,  não é que o comando tenha um sobrenome da família.
Sobrenomes como Moraes, Gerdau, Sirotsky, não definem o grau de  profissionalização de um grupo ou empresa, mas sim os processos  profissionais que adotam. 
Herbert Steinberg é sócio da consultoria Mesa Corporate Governance.
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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