Governo leva ao STF manifestação em favor da posse de Lula

 A Presidência da República entregou hoje (29) ao Supremo Tribunal Federal manifestação sobre uma das ações levadas à Corte pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) contra a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil. 
O documento tem duas análises: uma da Advocacia-Geral da União (AGU) e outra da Casa Civil.
A análise da AGU traz que o ato da nomeação de Lula não violou o princípio do juiz natural, como alegado pela legenda. 
Na ação, o PSB pede que, mesmo com a nomeação, os processos sobre Lula  permaneçam na 13ª Vara Federal de Curitiba, com o juiz Sérgio Moro. 
Para a AGU, é “equivocada” a ideia de que a nomeação do ex-presidente como ministro seria para que houvesse um favorecimento.
“Tal conclusão, quanto a um efeito secundário do ato impugnado, adota  pressuposto de que o Supremo seria leniente, menos capaz ou eficaz do  que qualquer juízo inferior no processamento e julgamento das ações  penais originárias, o que não é o caso."
A AGU diz ainda que o STF tem “se mostrado rigoroso, célere, prudente e  independente” em ações que envolvem pessoas com foro especial por  prerrogativa de função.
Sobre a alegação de que a nomeação do ex-presidente teria o objetivo de  fazer com que Lula passasse a ter foro, a AGU disse que o PSB não aponta  “a origem da certeza quanto à motivação da Chefe do Poder Executivo ao  praticar o ato de nomeação” e que esta argumentação “se baseia apenas em  meras suposições e afirmações desamparadas de um conteúdo probatório  lícito mínimo”, diz o texto.
A AGU alega também que a nomeação de ministro é ato de competência da  presidenta e que uma “intromissão” do poder judiciário representaria  “afronta ao princípio da separação dos poderes”. 
A AGU alega ainda que o ex-presidente Lula tem os requisitos para ocupar o cargo.
A análise feita Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil também  rebate as alegações do partido. No documento, a Casa Civil lembra que o  PSB cita a conversa gravada entre a presidenta e o ex-presidente, em que  falam sobre o termo de posse de Lula. 
Segundo o documento, não há ilegalidade no diálogo.
“Ora, com a devida vênia, o conteúdo do diálogo nada tem de ilegal ou desabonador de sua conduta. 
Em verdade, se refere com exclusividade a trâmites burocráticos  relativos à prática do ato de posse, competência inarredável e  circunscrita ao exercício regular da competência sob a responsabilidade  da Excelentíssima Senhora Presidenta da República”.
A Casa Civil alega que o ex-presidente está em pleno gozo de seus direito políticos.
“Estando o ato de nomeação dentro da esfera de competência  discricionária da Excelentíssima Senhora Presidente da República para a  nomeação e, concomitantemente, estando o Ministro Luiz Inácio Lula da  Silva no pleno gozo de seus direitos políticos, não há que se impor  limitações que a Constituição Federal ou a lei não o fazem, e a eventual  intromissão do Poder Judiciário nesta seara representa afronta cabal de  separação dos poderes”, diz o texto.
O documento diz que a pose do ex-presidente tem o objetivo de auxiliar o governo em um momento de crise. 
“Remarca-se ainda que o país vive circunstancial crise econômica e  política, que amplia a complexidade da condução do Governo. Tal situação  demanda a tomada de medidas imediatas para auxiliar na superação de  desafios apresentados. A nomeação e posse do Ministro Luiz Inácio Lula  da Silva se insere neste contexto de busca de alternativas para a  interlocução de Governo, dado que o Ministro é um reconhecido  articulador político com larguíssima experiência e que tem como uma de  suas mais fortes características a liderança e a facilidade de diálogo  com o Congresso Nacional e demais instituições.”
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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