Mudança na meta não afeta gestão da dívida, diz Tesouro

 O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública substituto, Leandro Secunho, disse que a mudança na meta de superávit  primário deste ano não altera a gestão da dívida pública e que a  expectativa é de que os indicadores, como composição, estoque e prazo de  vencimento, terminem o ano dentro do projetado no Plano Anual de  Financiamento (PAF).  
"Não há nenhuma alteração na gestão da dívida com a mudança na meta. Não  vislumbramos nenhum descumprimento dos indicativos do PAF", afirmou.
Na semana passada, o governo mandou para o Congresso Nacional um projeto de lei que reduz a meta fiscal para R$ 2,8 bilhões e permite uma série de abatimentos que, na prática,  poderão significar um déficit de R$ 96,65 bilhões neste ano.
Secunho afirmou ainda que a emissão de títulos soberanos brasileiros  feita no início do mês aproveitou uma janela de oportunidade e, como  isso, o Tesouro recomprou dólares equivalentes ao volume de títulos que  vencem até o início de 2017. 
"Não há necessidade de novas emissões, mas temos atuação qualitativa e  vamos considerar acessar o mercado se identificada uma janela de  oportunidade", completou.
Expectativa dentro dos intervalos
O coordenador-geral substituto disse que o Tesouro Nacional espera encerrar 2016 dentro dos intervalos previstos no PAF para os indicadores da dívida pública.
De acordo com o técnico, o estoque da Dívida Pública Federal (DPF) deve  fechar 2016 dentro da margem, entre R$ 3,100 trilhões e R$ 3,300  trilhões - hoje está em R$ 2,819 trilhões.
Ele explicou que, no mês passado, houve a redução da dívida externa,  motivada pela apreciação do real. A dívida interna registrou queda.  Secunho também afirmou que os parâmetros do PAF para os papéis que  compõem a dívida também devem ser respeitados até o fim do ano.
Sobre os vencimentos, o coordenador disse que fevereiro é um mês com  menos vencimentos, ao contrário de janeiro. No programa de recompra da  dívida externa, os valores do primeiro bimestre foram pouco  significativos, totalizando US$ 40 milhões no período.
Participação de estrangeiros
Secunho afirmou que a queda da participação dos estrangeiros na dívida  pública interna - que foi de 18,91% em janeiro para 17,72% em fevereiro -  se deu basicamente em títulos de curtíssimo prazo. Ele ressaltou que  não houve nenhum tipo de ruptura ou estresse no mercado.
Segundo ele, a expectativa do Tesouro Nacional é encerrar o ano com um  prazo médio da DPF entre 4,5 e 4,7 anos, como estabelece o PAF. "Temos  perfil de dívida bastante diversificado e participação crescente de  investidores de longo prazo", disse o técnico.
Em fevereiro, esse dado ficou em 4,69 anos, já dentro do intervalo,  contra 4,76 anos em janeiro. "Essa queda marginal se deu basicamente  porque o prazo médio das emissões em fevereiro foi marginalmente menor  que o do estoque", explicou.
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário