Cunha prevê que processo de impeachment durará até outubro

 Numa visão mais realista do andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), trabalha com um prazo que estenderia o trâmite do afastamento até outubro, mês das eleições municipais.  
Nas contas do peemedebista, a Casa conclui o exame da admissibilidade da  ação no máximo em 19 de abril, passando o processo para o Senado até 30  de abril.
                  
O calendário de Cunha considera os prazos regimentais para análise do  impeachment de Dilma. Na próxima segunda-feira, 4, termina o prazo para  que a petista entregue sua defesa à comissão especial. 
No dia seguinte, começa a contar o prazo de cinco sessões para a  comissão apreciar e votar o parecer o relator Jovair Arantes (PTB-GO) e  só no dia 12 de abril seria votado o documento. 
O relator trabalha com a possibilidade de apresentar o relatório antes das cinco sessões para acelerar o processo.
O relatório precisa ser publicado no Diário da Câmara, o que aconteceria  no dia 13, e o impeachment só poderá ir para pauta 48 horas após a  publicação, ou seja, o pedido de impeachment estaria apto para votação a  partir do dia 16, no máximo 19. 
As contas não incluem a possibilidade dos governistas judicializarem o processo.
Na contabilidade de Cunha, o Senado receberia o pedido de impeachment  entre os dias 26 e 30 de abril. A votação no plenário do Senado que  definirá o afastamento imediato do cargo está prevista para primeira  quinzena de maio. 
Se Dilma for afastada, assume provisoriamente o vice Michel Temer.
A partir da segunda quinzena deste mês começaria a contar o prazo de 180  dias de prazo de julgamento por suposto crime de responsabilidade. 
Será nessa sessão que o Senado será presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
No calendário, Cunha lembra que em setembro a Corte será presidida pela  ministra Cármen Lúcia, que substituirá Lewandowski no comando do  julgamento da petista. 
Na segunda quinzena de outubro terminaria o prazo para os senadores concluírem a votação do processo do impeachment.
O calendário de Cunha difere do cronograma informal usado por alguns parlamentares e que circulou hoje na Câmara. 
Para os deputados de oposição, que pregam um ritmo acelerado de  apreciação do impeachment, é possível concluir todo o rito do  impeachment até meados agosto, passando por cima do tradicional recesso  de meio de ano.
O documento, obtido pela reportagem, tem passado por gabinetes de  parlamentares e também prevê o afastamento provisório de Dilma já no  início de maio. 
O que os deputados não contabilizam é o cumprimento dos 180 dias do  trâmite no Senado, com apresentação de acusação e contraditório.
Competências
A Câmara apenas autoriza - ou não - a abertura do processo de  impedimento em votação nominal. Caberá ao Senado formar uma nova  comissão, com um quarto dos 81 senadores da Casa, para emitir um parecer  reconhecendo ou não a denúncia. 
Terá prazo de dez dias consecutivos para apresentar o parecer e, caso reconhecida a denúncia, instaurar processo.
No plenário do Senado, a votação do pedido vindo da Câmara é nominal e  por maioria simples. Em caso de aprovação, ocorre a transmissão da  presidência do Senado ao presidente do Supremo Tribunal Federal.
A presidente Dilma Rousseff é notificada no dia seguinte e terá prazo de  20 dias para apresentar resposta à acusação. No mesmo dia a presidente  seria informada sobre a suspensão do exercício de suas funções até o fim  do processo.
A sentença condenatória final só poderá ser proferida pelo voto de dois terços dos membros do Senado.
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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