Moro envia superplanilha da Odebrecht para o Supremo

 O juiz federal Sérgio Moro decidiu enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a superplanilha com a indicação de pagamentos feitos pela Odebrecht a políticos, encontrada pela força-tarefa da Operação Lava Jato na casa do ex-presidente de Infraestrutura da empreiteira Benedicto Barbosa Silva Junior, no Rio de Janeiro. 
A superplanilha traz cerca de 300 nomes ligados a 24 partidos políticos.  Levantamento do jornal O Estado de S. Paulo com base no documento  mostra que, em vários casos, os valores são superiores aos declarados  pelos candidatos indicando possível caixa 2.
"O ideal seria antes aprofundar as apurações para remeter os processos  apenas diante de indícios mais concretos de que esses pagamentos seriam  também ilícitos. A cautela recomenda, porém, que a questão seja  submetida desde logo ao Egrégio Supremo Tribunal Federal", registra  Moro, na decisão desta segunda-feira, 28.
A superplanilha, como está sendo chamada a lista nos bastidores do  poder, é a maior relação de políticos e partidos associada a pagamentos  de uma empreiteira capturada pela Lava Jato desde o início da operação,  há dois anos. 
Ela foi encontrada nas buscas da 23.ª fase, a Acarajé, que teve como  alvo principal o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura.
A planilha foi divulgada oficialmente pela operação na manhã de  quarta-feira, 23. Mas, no início da tarde, o juiz federal decretou  sigilo sobre o documento. Moro pediu ao Ministério Público Federal que  se manifeste sobre "eventual remessa" dos papéis ao Supremo Tribunal  Federal.
Campanhas
As anotações, indica a Lava Jato, referem-se às campanhas eleitorais de  2012 (municipais) e 2014 (presidente, governadores, senadores, deputados  federais e estaduais). Segundo a força-tarefa, não há nenhum indicativo  de que os pagamentos sejam irregulares ou fruto de caixa 2.
Barbosa Silva Jr. é apontado pelos investigadores como o encarregado de  Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, para tratar de doações  eleitorais e repasses a políticos.
Também há inúmeras anotações manuscritas fazendo referência a repasses  para políticos e partidos, acertos com outras empresas referentes a  obras e até documentos sobre "campeonatos esportivos", que lembram  documentos semelhantes já encontrados na Lava Jato e revelaram a atuação  de cartel das empreiteiras em obras na Petrobras.
Os partidos que constam na planilha são PT, PMDB, PSDB, PP, PSB, DEM,  PDT, PSD, PC do B, PPS, PV, PR, PRB, SD, PSC, PTB, PTN, PT do B, PSOL,  PPL, PTB, PRP, PCB e PTC. 
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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