Governo central tem déficit primário de R$ 25,07 bilhões

 O governo central (Tesouro,  Banco Central e INSS) registrou déficit primário de 25,07 bilhões de  reais em fevereiro, pior resultado para esses meses desde o início da  série histórica em 1997, em meio ao cenário de fracas receitas diante da  economia em recessão. 
O rombo nas contas públicas veio quase duas vezes maior que o saldo  negativo de 13,10 bilhões de reais esperado por analistas em pesquisa  Reuters. Nos dois primeiros meses do ano, o déficit somou 10,274 bilhões  de reais.
O desempenho de fevereiro foi fortemente afetado pela queda real da  receita líquida total, de 13 por cento sobre igual período de 2015, a  67,397 bilhões de reais, informou o Tesouro nesta terça-feira.
Em contrapartida, a despesa total mostrou avanço real (descontada a  inflação) de 8 por cento, a 92,467 bilhões de reais, mesmo com corte  expressivo no desembolso do programa Minha Casa, Minha Vida, de 32 por  cento no período. Segundo o Tesouro, o aumento da despesa em fevereiro  foi impactado pelo crescimento de 32,3 por cento em "outras despesas  obrigatórias", que incluem gastos com abono e seguro desemprego, somando  15,167 bilhões de reais. No mês passado, Tesouro e BC registraram  déficit primário de 14,807 bilhões de reais, ante rombo de 1,556 bilhão  de reais em fevereiro de 2015. A Previdência Social viu o déficit saltar  58,3 por cento na comparação anual, a 10,263 bilhões de reais.
Reconhecendo a impossibilidade de reequilibrar as contas públicas em  2016, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, anunciou na semana passada  que quer aval do Congresso para encerrar o ano com déficit primário de  até 96,65 bilhões de reais, equivalente a 1,55 por cento do Produto  Interno Bruto (PIB). 
A meta de superávit primário para o governo central é de 24 bilhões de reais neste ano, ainda vigente na lei orçamentária. 
A perspectiva de 2016 marcar o terceiro rombo primário para o governo  central coloca em xeque a estabilização da dívida bruta, considerada um  dos principais indicadores de solvência do país. Diante da intensa crise  política, com processo de impeachment contra a presidente Dilma  Rousseff em andamento, o governo vem enfrentando forte resistência para  aprovar medidas de ajuste fiscal no Congresso Nacional.
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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