
A BlackRock planeja eliminar cerca de 400 empregos na que poderia ser a maior rodada de demissões até agora no maior administrador de recursos do mundo, segundo fontes do setor.
Os cortes, equivalentes a cerca de 3 por cento dos 13.000 funcionários  da empresa, serão anunciados nas próximas semanas, disseram as fontes,  que solicitaram anonimato por não estarem autorizadas a falar. 
                  
Apesar dos cortes, a empresa continuará investindo e contratando em  áreas fundamentais e prevê acabar o ano com um número maior de  funcionários, segundo uma fonte.
Farrell Denby, porta-voz da empresa, não quis comentar. Em um memorando  enviado para os funcionários, a BlackRock disse que os cortes de  empregos ainda não foram finalizados e que os afetados pelas mudanças  serão tratados de forma justa e com respeito.
“Ser líder global exige reavaliarmos constantemente nossa organização em  busca de formas de servir melhor os clientes, operar com mais  eficiência, concentrar recursos em prioridades estratégicas e criar  novas oportunidades para nossos funcionários mais fortes”, disse a  empresa no memorando do presidente Rob Kapito e do diretor operacional  Rob Goldstein.
Oscilações
O CEO Laurence D. Fink disse em janeiro que as oscilações do mercado no  começo deste ano poderiam pressionar as empresas a cortar empregos. 
Projeta-se que a receita da BlackRock crescerá só 1 por cento no  primeiro trimestre e cairá no segundo, segundo onze analistas  consultados pela Bloomberg. 
A única outra ocasião em que a BlackRock cortou empregos em uma escala  similar foi em 2013, após uma reorganização, mas a empresa encerrou  aquele ano com mais funcionários.
A BlackRock está seguindo vários gestores de recursos e demitindo  funcionários em um momento em que a volatilidade do mercado acionário  corrói as taxas obtidas com a administração de ativos de clientes. As  ações do mundo medidas pelo índice MSCI ACWI caíram quase 12 por cento  neste ano até o dia 11 de fevereiro, mas depois reduziram as perdas para  1,2 por cento até terça-feira.
“Ter um declínio do mercado como este nas duas primeiras semanas do ano  na minha cabeça gera negatividade em toda a economia”, disse Fink em uma  entrevista para a CNBC no dia 15 de janeiro. “Eu realmente acredito que  começaremos a ver mais demissões em meados do primeiro trimestre e, com  toda certeza, no segundo”.
Demissões
Os lucros da empresa no trimestre passado ficaram abaixo das estimativas  dos analistas por causa do crescimento dos gastos, incluindo custos de  compensação. Os analistas projetam que a receita líquida cairá 12 por  cento no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, para US$ 727  milhões, segundo nove estimativas compiladas pela Bloomberg.
A empresa eliminou cerca de 300 postos de trabalho, ou menos de 3 por  cento da sua força de trabalho, na rodada anterior de cortes, realizada  há três anos. Essa redução fez parte de uma reorganização que incluiu a  reforma de suas unidades de investimento em 2012 e estava focada em  melhorar o desempenho. Desde então, o número de funcionários aumentou em  cerca de 2.500 pessoas.
Os ajustes atuais têm base mais ampla e serão implementados em várias  regiões e divisões, disse uma das fontes. O objetivo é modernizar a  empresa e transferir recursos para as áreas com mais oportunidades de  crescimento, disse a fonte.
Fink e Kapito dirigiram três reorganizações nos últimos quatro anos.  Eles promoveram executivos mais jovens para posições seniores depois que  vários dos cofundadores da empresa saíram ou se aposentaram de posições  ativas.
A companhia reorganizou suas fileiras seniores neste ano e em 2014,  expandiu sua diretoria, criando funções novas para pelo menos dez  executivos seniores.
 
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