Para manter ritmo no Brasil, PayPal avança "offline"

 A norte-americana PayPal está acelerando a atuação para além das operações online no Brasil e  para manter o ritmo de crescimento de dois dígitos, apesar da forte contração econômica que tem ofuscado o setor de meios eletrônicos de pagamentos no país. 
A processadora de pagamentos online vai anunciar nesta semana pelo menos duas iniciativas nesse sentido. 
Uma delas permite que clientes do serviço abasteçam seus carros sem ter  que passar um cartão de débito ou de crédito num POS, a chamada  "maquininha" de pagamento.
Sem revelar o nome da empresa com a qual fechou a parceria, a diretora  da vendas do PayPal para o Brasil, Paula Paschoal, disse que a  iniciativa envolverá cerca de 5,4 mil postos de combustíveis no país.
A outra inicia no Brasil o One Touch, serviço que permite aos usuários  da PayPal pagar uma compra sem terem de fornecer novamente suas  informações de compra em aplicativos ou sites que têm parceria com a  empresa.
"Estamos tentando otimizar a vida do cliente fora do ambiente online", disse Paula à Reuters.
A ideia é reproduzir o modelo adotado no aplicativo de chamada de táxis  99Taxis, no qual o usuário precisa informar apenas uma vez o login e  senha. 
Depois, cada corrida é paga digitando somente os três primeiros dígitos do CPF. 
O PayPal expandiu em agosto o serviço One Touch para 13 mercados na  Europa e na Austrália, simplificando as compras online para consumidores  e vendedores, após já tê-lo lançado nos Estados Unidos, no Canadá e no  Reino Unido.
Segundo a executiva, as iniciativas visam a elevar o que o mercado de  meios de pagamento chama de taxa de conversão, que mede por exemplo o  percentual de visitantes de uma loja online que efetivamente executa uma  compra, que no Brasil é de cerca de 2 por cento, abaixo dos níveis  internacionais.
Empresas de meios de pagamento no país vêm buscando formas para lidar  com a desaceleração no consumo, na esteira da recessão no país. 
Segundo a Abecs, entidade que representa o setor, as compras pagas com  cartões de débito e de crédito no Brasil movimentaram 1,05 trilhão de  reais em 2015, avanço de 9 por cento sobre o ano anterior, abaixo da  inflação e o menor crescimento em vários anos.
Este cenário também tem provocado aumento da competição das empresas do  setor por uma fatia maior do bolo da remuneração dos agentes que  participam das diferentes etapas de uma compra eletrônica, incluindo  bancos, bandeiras e adquirentes.
Embora não seja uma competidora direta das adquirentes, como Cielo e  Rede, do Itaú Unibanco, a PayPal coordena a remuneração dos agentes  quando o pagamento de uma compra é feita por meio dela.
A companhia pode, por exemplo, acertar o pagamento da compra diretamente  com o lojista, o que pode envolver interesses de demais agentes que  também têm ganhos financeiros nas negociações de prazos para repasse de  pagamentos a lojistas.
Segundo Paula, a PayPal conseguiu no ano passado manter um crescimento  de receita de dois dígitos, ritmo que deve ser mantido em 2016. No  Brasil, cerca de 90 mil empresas e profissionais liberais aceitam  pagamento via PayPal. A executiva disse que 2,7 milhões de usuários no  país são clientes ativos da companhia, cujas operações na América Latina  são lideradas a partir do escritório em São Paulo.
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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