Ministros do PMDB tentam ficar nos cargos e apelam a Renan

 A imposição do diretório nacional do PMDB para seus membros deixarem os cargos no governo Dilma Rousseff foi ignorada nesta quarta-feira, 30, pelos ministros da legenda. A moção aprovada anteontem determinava a "imediata saída".  
A tendência, contudo, é de que os peemedebistas, que atualmente ocupam o  primeiro escalão do governo, coloquem nas mãos de Dilma a decisão sobre  a permanência nos cargos.
Esse entendimento foi discutido ontem em encontro realizado entre a  presidente e alguns dos ministros do partido, que pretendem ficar no  governo. 
"Hoje (ontem) nós discutimos com a presidenta e fizemos algumas  avaliações do cenário. Voltaremos a ter um encontro com ela até  sexta-feira para dialogar sobre esse tema", afirmou ao Estado o ministro  dos Portos, Hélder Barbalho.
O ministro é filho do senador Jader Barbalho (PA), fundador do PMDB e um dos principais críticos à decisão pelo desembarque. 
Sobre a influência que a decisão do PMDB terá na permanência dos  ministros, Hélder respondeu: "Pergunte para quem esteve lá, eu não  estive".
Entre os critérios que deverão ser pesados na decisão de Dilma pela  manutenção dos ministros do PMDB está o potencial de votos de cada um  contra o processo de impeachment. 
Segundo integrantes do governo, até sexta-feira, a presidente também  deverá ter definido o mapa de um novo bloco de apoio de partidos da base  aliada. 
Entre as siglas que podem ter os espaços ampliados com os ministérios do PMDB estão PP, PR e PSD.
Além do ministério de Portos, o PMDB comanda atualmente as pastas de  Minas e Energia, Agricultura, Saúde, Ciência e Tecnologia e Aviação  Civil. Na véspera do encontro do diretório do partido, Henrique Eduardo  Alves, indicado pelo vice-presidente Michel Temer, deixou o Turismo.
Mensagens
Num tom acima do adotado pelo ministro Hélder Barbalho, a ministra Kátia  Abreu (Agricultura) recorreu ontem às redes sociais para dizer que  também não pretende deixar o governo. 
As mensagens foram publicadas instantes depois de uma foto publicada no  site do jornal Folha de S.Paulo flagrar uma troca de mensagens entre ela  e um interlocutor. 
O texto dizia que ela e mais cinco ministros do PMDB ficariam no governo depois de se licenciarem do partido.
Pessoas próximas da ministra informaram à reportagem que ela não  manifestou desagrado com o vazamento da mensagem e que até riu da  situação. 
"Continuaremos no governo e no PMDB. Ao lado do Brasil no enfrentamento da crise", escreveu a ministra no Twitter. 
"Deixamos a presidente à vontade caso ela necessite de espaço para  recompor sua base", afirmou. "O importante é que na tempestade estaremos  juntos", concluiu.
Os ministros peemedebistas também procuraram o presidente do Senado,  Renan Calheiros (PMDB-AL), que conversou separadamente com Eduardo Braga  (Minas e Energia), Marcelo Castro (Saúde), Kátia Abreu e Helder  Barbalho, horas depois do encontro do diretório nacional. 
"Eles próprios não tinham ainda definido o que fariam. E ficaram,  segundo me disseram, de conversar com a presidente da República, que ao  final e ao cabo é quem cabe dizer se eles vão ficar ou sair", afirmou  Renan. 
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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