Construtora de ciclovia é da família do secretário do Rio
A Concremat foi fundada por Mauro Ribeiro Viegas, avô de Antonio Pedro  Viegas Figueira de Mello. Hoje, a empresa tem como diretor-presidente  Mauro Viegas Filho.
                  
A obra da ciclovia custou R$ 45 milhões e começou a ser construída em  setembro de 2014. Em seu site, a Concremat afirma que o consórcio  Contemat Geotecnia/Concrejato foi contratado pela Fundação Geo-Rio,  braço da Secretaria Municipal de Obras da Prefeitura, para executar a  contenção de encosta e a estabilização da área para a implantação da  ciclovia.
Em informativo de outubro de 2015, a Concremat divulgou um texto em seu  site sobre a ciclovia Tim Maia em que o gerente técnico Jorge Schneider  explicou que "cerca de metade da extensão total da ciclovia foi  concebida com uma estrutura independente, projetada ao lado e à jusante  da Avenida Niemeyer".
Segundo a Concremat, ao longo do percurso, "foram executadas contenções  com cortinas atirantadas, contra-fortes atirantados e muretas de  contenção chumbadas". "Para a proteção dos taludes resultantes de  escavações para a construção das fundações, foram também aplicadas as  técnicas de solo grampeado e rip-rap", informou a empreiteira.
"Tivemos o desafio de realizar uma obra em área urbana, com a construção  em toda a sua extensão junto a uma avenida com largura reduzida e  intenso fluxo diário de veículos, além de estar inserida em uma área com  forte presença habitacional, onde os estreitos passeios são para grande  parte dos moradores a única forma de acesso às suas residências",  contou o coordenador da obra, Saulo Rahal.
O informativo da empreiteira disse ainda que "com a impossibilidade de  interdição da via durante o dia para as concretagens, além de  dificuldades de escoramento por conta da altura e das irregularidades da  encosta, a solução encontrada foi de pré-moldagem tanto da meso como da  superestrutura, adotando-se para esta lajes PI protendidas com vãos de 6  e 12 metros, onde a associação de elementos retos e curvos permitiu com  que a ciclovia acompanhasse todo o trajeto da Niemeyer".
O pedaço arrancado pela água tem mais de 50 metros. A ciclovia é  suspensa e junto ao mar e está interditada, assim como a Niemeyer.  Técnicos da Prefeitura ainda vão avaliar se há risco de outros  desabamentos na ciclovia.
A estrutura foi levada pela ressaca do mar de São Conrado, na zona sul  do Rio de Janeiro. Eduardo Marinho Albuquerque, de 53 anos, e um homem  de 45 anos, cuja identidade não foi divulgada, foram as duas vítimas.  Outras três pessoas teriam ficado feridas. O corpo de Albuquerque foi  identificado por um cunhado no local. Os dois corpos foram localizados  no mar de São Conrado por bombeiros e ainda estão na areia.
A Secretaria de Turismo da Prefeitura do Rio não retornou ao contato da reportagem.
Com a palavra, a Concremat
"O Consórcio Contemat-Concrejato informa que uma equipe técnica da  empresa já se encontra no local, trabalhando em coordenação com a  Secretaria Municipal de Obras. As prioridades neste momento são garantir  o atendimento às vítimas e seus familiares e avaliar as causas do  acidente."
A reportagem questionou a Concremat se o secretário teve alguma influência na contratação da empresa da família.
"O Consórcio participou de processo de licitação que foi acompanhado por  todos os órgãos de fiscalização competentes", respondeu a empreiteira.
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário