Fracasso de Temer é única salvação de Dilma, diz consultor

 Com a eleição da comissão especial que irá analisar a denúncia de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff no Senado, agora é questão de dias para que o plenário da Casa decida  se a petista deve ou não ser afastada provisoriamente do cargo. 
Para Marcelo Issa, diretor da Pulso Público, a abertura do julgamento  contra a presidente  no Senado e seu consequente afastamento por até 180  dias é inevitável.
                  
A partir daí as chances de Dilma salvar o próprio mandato – que já eram baixas – podem se reduzir drasticamente.
“A presidente perde a caneta, ela deixa de ter o poder de nomear ministros e distribuir cargos”, afirmou o especialista em na tarde de hoje.
Em contrapartida, todas essas armas – antes à disposição do governo do  PT – migram para as mãos do vice Michel Temer, o principal beneficiado  com uma possível abreviação do mandato de Dilma Rousseff.
Nesse cenário, a missão de livrar o governo petista do impeachment  torna-se praticamente insustentável – a menos que o peemedebista  fracasse no papel de chefe do Executivo.
“A única tábua de salvação de Dilma seria um grande fracasso do governo  provisório do vice-presidente”, disse o diretor da Pulso Político.
“Caso ele não demonstre a mínima capacidade de articulação política, de  implementação das medidas necessárias para a superação da crise,  poder-se ia eventualmente pensar em uma sobrevida da presidente Dilma  neste processo de impeachment”.
No entanto, segundo o especialista, são baixas as chances dessa hipótese  sair do campo das ideias – já que os partidos da oposição dão sinais de  empenho para o sucesso de um eventual governo Temer.
Isso não significa, contudo, que o vice pode esperar por um possível mandato fácil.
A começar pela necessidade de aprovar medidas impopulares no Congresso  com o intuito de colocar a economia de volta aos trilhos, tendo o  Partido dos Trabalhadores como principal líder da oposição.
Mas não só.  Em um eventual mandato, o peemedebista deve enfrentar  também a aversão das ruas. Em tempo: segundo pesquisa Ibope,  “Teremos  uma parcela importante da sociedade que se sentirá golpeada com o  impeachment”, disse. 
Em entrevista recente, Guilherme Boulous, coordenador do Movimento dos  Trabalhadores Sem Teto (MTST), prometeu que Brasil não terá um dia de  paz se mandato de Dilma foi abreviado.
Mas, na opinião do especialista, se a presidente sair vitoriosa do  processo e se manter no poder, é ela quem não pode esperar por paz até o  fim programado de sua gestão.
 “Caso ela sobreviva a esse processo, ela não sobrevive até 2018. Existem  outros pedidos de impeachment protocolados na Câmara dos Deputados.  Existe, com cada vez mais força, um movimento pela convocação de novas  eleições e o desgate de um governo que conta com 70% de rejeição na  Câmara dos Deputados torna inviável a recomposição de uma base de  apoio”, disse.
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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