Capa da Economist tem Cristo Redentor pedindo socorro

Após a mais famosa estátua do Rio de Janeiro simbolizar a decolagem e depois a derrocada do Brasil, agora é a vez de  o Cristo Redentor pedir socorro na capa da nova edição da revista The Economist. A publicação britânica traz a imagem do Cristo segurando um cartaz com a inscrição "SOS".  
Em editorial,  a revista diz que a presidente Dilma Rousseff tem responsabilidade  sobre o fracasso econômico, mas que os que trabalham para tirá-la do  cargo "são, em muitos aspectos, piores" e cita Eduardo Cunha como  exemplo. "No curto prazo, o impeachment não vai resolver isso". Por  isso, a revista defende novas eleições gerais.
                  
O editorial diz que "Dilma Rousseff levou o País para baixo, mas toda a  classe política também". "O fracasso não foi feito apenas pela senhora  Rousseff. Toda a classe política tem levado o País para baixo através de  uma combinação de negligência e corrupção. Os líderes do Brasil não  ganharão o respeito de volta de seus cidadãos ou superarão os problemas  econômicos a não ser que haja uma limpeza completa".
A revista diz que Dilma tem responsabilidade sobre a situação porque  houve incompetência do atual governo na condução da economia, o Partido  dos Trabalhadores se envolveu no esquema de corrupção da Petrobras e a  presidente tentou proteger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva das  investigações. As acusações contra a presidente, porém, são  relativizadas quando comparadas com as existentes contra os nomes que  lideram o processo de impeachment.
"O que é alarmante é que aqueles que estão trabalhando para o seu  afastamento são, em muitos aspectos, piores", cita o editorial que  lembra que o vice-presidente Michel Temer é filiado ao PMDB. "O PMDB  também está perdidamente comprometido. Um dos seus líderes é o  presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que presidiu o espetáculo do  impeachment de seis horas no domingo. Ele é acusado pelo Tribunal  Superior Federal de aceitar suborno da Petrobras", diz a revista.
Para a Economist, "não há maneiras rápidas" de resolver a situação. As  raízes dos problemas políticos viriam, segundo a revista, da economia  baseada no trabalho escravo do século XIX, a ditadura do século XX e o  sistema eleitoral em vigor. "No curto prazo, impeachment não vai  consertar isso", diz a revista.
O editorial diz que a acusação da manipulação contábil de Dilma parece  "tão pequena que apenas um punhado de deputados se preocupou em  mencionar isso em seus dez segundos" na votação. A revista avalia que,  se Dilma for deposta por uma razão técnica, "o senhor Temer vai lutar  para ser visto como um presidente legítimo pela grande maioria dos  brasileiros que ainda apoiam a senhora Rousseff".
Por isso, a revista defende que uma maneira de contornar a situação  seria a realização de novas eleições que elegeriam um presidente com  apoio popular para executar reformas. "Os eleitores também merecem uma  chance de se livrar de todo o Congresso infestado de corrupção. Apenas  novos líderes e novos legisladores podem realizar as reformas  fundamentais que o Brasil necessita", diz a revista.
A revista reconhece, porém, que o caminho para novas eleições não é  fácil no Congresso. "Assim, há uma boa chance de que o Brasil ser  condenado à confusão sob a atual geração de políticos desacreditados. Os  eleitores não devem se esquecer deste momento. Porque, no fim, eles  terão a chance de ir às urnas - e devem usá-la para votar em algo  melhor".
 
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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