Scania inaugura laboratório e foca mercado externo

  Depois de um início de ano para se esquecer, com queda de 20% nas vendas de caminhões e ônibus no primeiro trimestre, a Scania prepara o lançamento de um  laboratório de testes em sua unidade de São Bernardo do Campo (SP), na  próxima semana.  
A divisão, voltada ao desenvolvimento e certificação de novos motores,  será a primeira do mundo fora da sede, na Suécia, e faz parte dos  esforços da montadora em ampliar a capacidade local para atacar mercados  internacionais.
Nos últimos anos, a Scania tem trabalhado para não ficar refém do mercado interno. Em 2014, as  vendas locais representavam 60% dos negócios da subsidiária. Agora, essa  participação é de no máximo 30%. 
Cerca de 70% do que é fabricado em São Bernardo do Campo segue para o  leste europeu, Ásia e o Oriente Médio, além de praças já tradicionais  para a empresa na América Latina, como Argentina, Chile e México.
"Desde o segundo semestre do ano passado começamos a focar as vendas na  Rússia e no Oriente Médio. A Rússia é uma economia que estava bem, teve  alguns problemas e agora começa a se recuperar", diz o presidente da  Scania na América Latina, Per-Olov Svedlund. 
O Brasil também fornece para a África do Sul, Índia, Tailândia e os Emirados Árabes Unidos.
A operação no Brasil é a segunda em tamanho no mundo. Com capacidade para fabricar 30 mil caminhões por ano no País, a montadora  sueca opera no momento com 40% de ociosidade.
Segundo Svedlund, o lançamento de um laboratório de propulsores dará à  operação local condições de se projetar como uma espécie de plataforma  de criação de novos produtos.
A ideia, diz ele, é ocupar os engenheiros brasileiros com o  desenvolvimento de tecnologia embarcada nos motores, além de realizar  testes com combustíveis alternativos.
"É o mesmo laboratório que temos na Suécia. Neste começo podemos  trabalhar juntos com o desenvolvimento, mas também pode ser utilizado  para fazer os testes necessários no Brasil", afirma o executivo.
Historicamente, a empresa investe R$ 100 milhões por ano no Brasil,  dinheiro que visa, sobretudo, a recompor as perdas com depreciação da  fábrica. 
Neste ano, contudo, a Scania anunciou que vai quadruplicar este  montante. Além dos R$ 40 milhões para o laboratório de testes, até o  final de 2016 serão investidos outros R$ 400 milhões para, na prática,  equiparar a fábrica brasileira aos padrões xistentes, hoje, na Suécia.
O setor de caminhões viveu seu auge no Brasil durante os anos de 2013 e  2014, impulsionado principalmente pela oferta farta de financiamento  para os consumidores. 
 No ano passado, o setor enfrentou um revés de 46,5%, o maior tombo desde  2003. Neste ano, as vendas recuaram 32% no primeiro trimestre comparado  a igual período de 2015.
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário