Para secretário do Rio, ressaca é "evento" novo

 O secretário municipal de Governo do Rio, Pedro Paulo Carvalho Teixeira, classificou como "um evento novo" a ressaca que atingiu e fez cair um trecho da Ciclovia Tim Maia, mas admitiu rever estruturas e protocolos municipais.  
Ainda ontem, a Polícia Civil abriu inquérito para apurar as causas da tragédia, que deixou pelo menos dois mortos. Os responsáveis pelo acidente podem ser indiciados por homicídio culposo (sem intenção).
                  
Duas vítimas foram identificadas - Eduardo Marinho de Albuquerque, de 54  anos, e Ronaldo Severino da Silva, de 60 -, mas os bombeiros ainda  procuram outros possíveis mortos no acidente. O caso é investigado pela  15.ª DP (Gávea).
Após se reunir com técnicos da prefeitura carioca e de institutos de  engenharia, o secretário de Governo evitou avaliar eventuais  responsabilidades do município no caso e disse apurar "aspectos de  engenharia".
Um laudo independente, elaborado por dois institutos de pesquisa, deve  apresentar um diagnóstico em até 30 dias. "A ressaca não é um fenômeno  novo, mas a incidência, naquele ponto, não há dúvidas de que foi um  evento novo", afirmou Teixeira, pré-candidato à prefeitura pelo PMDB. 
"A Avenida Niemeyer jamais foi fechada por impactos de ondas. Se houve  falha no dimensionamento dos impactos da maré naquele trecho, é isso que  a perícia vai avaliar."
Essa análise caberá ao Instituto do Programa de Pós-Graduação em  Engenharia da Universidade Federal do Rio (Coppe) e ao Instituto  Nacional de Pesquisas Hidrológicas. 
Os técnicos já iniciaram os trabalhos e se reuniram com órgãos da prefeitura, como a GeoRio e a Defesa Civil. 
De acordo com Teixeira, também será apresentado estudo sobre impactos da  maré em outros pontos e estruturas, e os órgãos devem sugerir  protocolos de emergência. Entre os pontos a serem revistos está a  ciclovia no Elevado do Joá, zona sul. 
"A prefeitura está refazendo avaliações, protocolos, para que possamos dar cada vez mais segurança para a população."
 Quatro especialistas em estruturas, análise de risco e oceanografia  ouvidos pelo Estadão estranharam a alegação do secretário. Eles  criticaram a comparação entre a ciclovia e a pista de carros e ônibus e  defendem que a prefeitura interdite a via em caso de ressaca.
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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