Oposição venezuelana anunciou ao Brasil que derrubará Maduro

  A oposição da Venezuela afirmou  nesta segunda-feira que comunicou oficialmente ao Executivo e ao  Legislativo do Brasil, assim como a autoridades eleitorais, judiciais e  empresariais, sua decisão "de pôr fim em breve" ao governo do presidente  Nicolás Maduro. 
Devido à "importância do Brasil na geopolítica da América Latina" e sua  "grande influência sobre o resto" das nações, o parlamento da Venezuela,  agora sob controle da oposição,  decidiu que sua primeira viagem internacional fosse a esse país e assim  aconteceu na semana passada, disse em entrevista coletiva o deputado  Luis Florido.
O presidente da comissão parlamentar das Relações Exteriores disse que  deixou os poderes brasileiros cientes dos "mecanismos constitucionais  que serão ativados nos próximos dias para substituir de forma pacífica,  constitucional e popular o governo de Maduro".
 
Franqueado pelo vice-presidente do Legislativo, Simón Calzadilla, e o  deputado William Dávila, que também visitaram o Brasil, Florido deu  especial importância ao fato de que os membros da delegação venezuelana  foram recebidos pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira.
"Foi um fato histórico porque mudou o que vinha sendo a política  (governamental) do Brasil, de se esquivar da oposição venezuelana",  ressaltou Florido sobre sua reunião com Vieira em Brasília.
Segundo ele, se tratou da "primeira reunião de representantes da MUD (a  aliança partidária opositora venezuelana) com um representante do mais  alto nível do governo brasileiro".
Além de informar-lhe da decisão da MUD de antecipar o fim da gestão de  Maduro, "pudemos falar da grave crise humanitária que existe na  Venezuela, dos presos políticos e também dos exilados", relatou.
"Ter sido recebido pelo chanceler joga por terra toda essa argumentação  que vieram desenvolvendo os setores governistas de que a oposição está  conspirando (...); isso é mentira, caso contrário, não teríamos sido  recebidos", destacou Dávila.
O mesmo aconteceu nas reuniões com autoridades legislativas brasileiras,  tanto da Câmara dos Deputados como do Senado, e em outras com  autoridades eleitorais e judiciais, segundo Florido.
Dávila e Florido detalharam a esse respeito que solicitaram a  investigação de acordos entre o governo de Maduro e empresas brasileiras  como JBS, Hypermarcas e Odebrecht.
"A Odebrecht tem contratações que passam dos US$ 20 bilhões na  Venezuela", enquanto a JBS, que atende 50% do consumo venezuelano de  carne, "assinou contratos no valor de US$ 2,1 bilhões em 2015 e de 1,5  bilhão em 2014", ressaltou Dávila.
Sobre a Hypermarcas, que negou que exista algum tipo de contrato com o  governo da Venezuela, Dávila assegurou que o deputado governista  Diosdado Cabello, presidente do parlamento venezuelano até o ano  passado, informou publicamente que negociava com o conglomerado a compra  e venda de remédios.
Foram selados "compromissos de cooperação e troca de informação com o  Tribunal de Contas do Brasil para investigar as irregularidades" com as  três empresas brasileiras, garantiu Florido.
Também assegurou que o Legislativo brasileiro emitirá esta semana "uma  resolução" que "se solidariza" com a lei de anistia que os legisladores  venezuelanos se preparam para sancionar a favor dos opositores presos.
Essa resolução, destacou, também incluirá uma solicitação à presidente  Dilma Rousseff para que "ative" instrumentos do Mercosul frente a  "desconhecimentos" de Maduro em relação a decisões parlamentares, o que  "atenta contra a democracia".
Na cidade de São Paulo os parlamentares tiveram reuniões com as  autoridades da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)  que adquiriram "o compromisso", segundo os opositores, de doar remédios à  Venezuela. 
 
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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