Estados elevam ICMS de medicamentos

 Assim como o governo federal, os Estados estão com dificuldades para  fechar as contas, em meio à queda na arrecadação. Neste cenário, 12  Estados resolveram elevar a alíquota do Imposto sobre Circulação de  Mercadorias e Serviços (ICMS)  sobre medicamentos. Segundo cálculos da Associação da Indústria  Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), o aumento do imposto que incide  sobre todos os medicamentos comercializados no Brasil gera um reajuste  médio, na ponta final, de 1,2% na maioria dos Estados. 
O setor tem argumentado que a decisão dos Estados pode obrigar uma  redução dos descontos oferecidos no varejo, principalmente porque a  indústria farmacêutica também teve aumento de custos, como a  desvalorização do real e o aumento no preço da energia elétrica.
Com o aumento, grande parte dos Estados passou a alíquota do tributo de 17% para 18%. Já o Rio de Janeiro elevou ainda mais o porcentual cobrado pelo governo sobre os  medicamentos e subiu de 19% para 20%. De acordo com o secretário de  Fazenda do Estado, Julio César Bueno, o aumento é porque o Rio tem um  fundo de auxílio à pobreza. "É uma alíquota adicional ao ICMS. Adotamos a  medida por uma questão indesejável, mas necessária", afirmou.
O Brasil já adotava uma das maiores cargas tributárias do mundo para o  segmento. Com o reajuste por parte dos Estados, a carga tributária média  de medicamentos passou de 33,9% para 34,2%. Nos Estados Unidos, por  exemplo, a carga tributária média no segmento é de 6%.
Para o economista e diretor da Inferfarma, Pedro Bernardo, a ação dos  Estados é um contrassenso e penaliza, principalmente, as famílias de  baixa renda. "É um absurdo usar um produto essencial para aumentar a  arrecadação", disse ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência  Estado.
Outro ponto levantado por Bernardo é a decisão dos Estados de elevar o  imposto sobre os medicamentos e não sobre automóveis, por exemplo. Em  São Paulo, o ICMS que incide sobre automóveis é de 12%, enquanto o que é  aplicado nos medicamentos está em 18%. "A constituição diz que a  tributação tem que observar a constitucionalidade do bem e isso não está  acontecendo", acrescentou o economista.
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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