Congresso propõe agenda econômica independente do governo

  À revelia do Palácio do Planalto, o Senado e a Câmara querem assumir um papel de protagonista e vão propor uma agenda  econômica independente para ser apreciada pelos parlamentares no  primeiro semestre.  
A pauta do Congresso deverá conter propostas que contrariam as prioridades do governo ou do PT, como a concessão de independência ao Banco Central,  a proibição de mudanças em contratos de concessão, a fixação de teto  para o endividamento da União e as reformas tributária e previdenciária.
Animado com a aprovação do projeto que muda as regras de participação da Petrobras na área do pré-sal,  o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), quer fechar esta  semana a pauta "expressa" que será votada até julho. Ele se reúne nesta  terça-feira, dia 1º, com a bancada do PT, uma das mais críticas à sua  agenda.
         
    
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Mas, em conversa com aliados, Renan já adiantou que quer priorizar a  independência do BC, uma proposta que altera a Constituição para impedir  que o governo mude as regras das concessões públicas depois de  realizada a licitação, a chamada PEC dos Contratos.
O avanço dessas propostas pode atrapalhar as medidas de ajuste, como retorno da CPMF. Parlamentares chegam a defender que não se vote medidas como a volta do imposto do cheque. 
"Por mim, não vota nenhum aumento de imposto enquanto o governo não  fizer as reformas estruturais. Senão você só vai aumentar imposto e não  vai votar coisa nenhuma porque o PT não quis votar a mudança das regras  do pré-sal, imagina a reforma da Previdência?", disse o senador Romero  Jucá (PMDB-RR) ao jornal O Estado de S. Paulo. Jucá é hoje um dos mais próximos interlocutores do Congresso com o ministro Nelson Barbosa (Fazenda).
Numa demonstração de dificuldades que o governo poderá ter, Jucá  classificou como "doidice" a proposta do ministro Barbosa de adotar uma  "banda fiscal" para acomodar a frustração de arrecadação deste ano.  "Precisamos ter realismo fiscal", afirmou o senador. Jucá se diz a favor  do projeto de endividamento da União, de autoria do senador José Serra  (PSDB-SP).
O diagnóstico de aliados de Renan é que o governo Dilma Rousseff não tem  reagido e se mantém inerte sem propor sólidas alternativas para tirar o  país da recessão e reverter o aumento do desemprego e do aumento da  inflação. 
Dessa forma, será necessário ter um papel mais ativo em 2016, uma vez  que o governo não "abraçou" a Agenda Brasil, conjunto de propostas  lançadas por Renan em agosto passado. Por isso, querem votar outras  medidas que tragam segurança jurídica para os investidores.
Comissões
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também anunciou nesta  segunda-feira, 29, uma agenda própria para os deputados. Ele vai criar  comissões temáticas que devem atuar por 30 dias para discutir uma série  de assuntos.
A primeira delas debaterá todas as propostas de exploração do pré-sal,  tanto a que tramita na Câmara como a que foi aprovada pelos senadores na  semana passada. "A resultante da comissão especial é que será levada ao  plenário", disse Cunha.
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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