Novidades sobre Cnova não mudam ajustes, diz Pão de Açúcar

  A administração do Grupo Pão de Açúcar afirma no balanço de 2015 que durante a preparação das demonstrações  financeiras considerou todas as informações disponíveis sobre a  investigação interna sobre a Cnova, que resultou em perdas de R$ 177  milhões, e que "não acredita que novas informações poderão impactar ou  mudar de forma relevante os ajustes identificados até o momento." 
A Cnova, que é o braço de comércio eletrônico do grupo e subsidiária da  Companhia Brasileira de Distribuição, considerou imateriais os efeitos  relacionados a anos anteriores apontados pela investigação interna,  realizada por escritórios de advocacia, os quais representam cerca de  45% do efeito total registrado no exercício de 2015.
A investigação sobre as práticas de empregados na gestão dos estoques,  ligadas ao registro de equipamentos devolvidos por clientes em razão de  defeitos, foi iniciada em 18 de dezembro de 2015. 
                  
Segundo a Cnova informou anteriormente, a companhia tem por política  enviar um produto substituto quando o cliente reporta que a mercadoria  pedida não foi recebida ou foi danificada. Mas esse novo envio vinha  sendo registrado como uma segunda venda e as mercadorias devolvidas não  constavam como tendo retornado para a Cnova Brasil.
Em comunicado divulgado ontem, a Cnova afirmava que ex-funcionários no  Brasil vinham fazendo registros incorretos de forma intencional desde  2011. Em janeiro, a companhia divulgou a renúncia do então Co-CEO da  Cnova e responsável pela operação brasileira, German Quiroga.
A Cnova considerou que o valor total desse impacto no Ebit (lucro antes  de juros e impostos) está dentro da estimativa de R$ 180 milhões a R$  200 milhões em perdas que havia sido dada ao mercado em janeiro.
No demonstrativo de 2015, a companhia ressalta que os efeitos dos  ajustes identificados são materialmente relacionados ao ano passado. Os  principais efeitos são R$ 47 milhões de provisionamento adicional de  produtos com defeito; R$ 75 milhões de baixa de itens em trânsito com  transportadores e R$ 55 milhões de complemento de contas a pagar a  fornecedores. 
A companhia explica ainda que o ajuste de baixa de itens em trânsito com  transportadores inclui o efeito de R$ 110 milhões como redução nas  vendas líquidas. 
E conclui: "Os efeitos relacionados a anos anteriores oriundos da  investigação acumulados nos montantes acima são considerados imateriais  em relação às principais linhas das demonstrações financeiras como em  relação às demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Esta conclusão  foi alcançada pela Administração da Companhia, após considerações sobre  aspectos quantitativos e qualitativos relacionados."
O GPA relata que a administração da Cnova, junto com os escritórios de  advocacia e consultores contratados, fez uma contagem completa do  inventário físico em 31 de dezembro de 2015, nas sete centrais de  distribuição que possui no Brasil, a qual não indicou discrepância  significativa no número esperado de novos itens do estoque. 
Porém, foram encontradas inconsistências na avaliação de produtos  danificados e/ou retornados, o que gerou uma provisão adicional para  perdas com produtos com defeito de R$ 47 milhões.
Nas notas explicativas, o balanço do GPA apresenta detalhamento da  rubrica contas a pagar também dos efeitos quanto a fornecedores, em que  foi gerado um complemento de R$ 55 milhões devido a algumas entradas  incorretas intencionalmente realizadas, e contas a receber de  transportadoras, onde "os procedimentos falharam em reverter as vendas  secundárias das vendas líquidas".
Este procedimento resultou em baixa de R$ 75 milhões de itens em  trânsito com transportadores, sendo R$ 110 milhões na receita e ajuste  de despesa de vendas de R$ 31 milhões.
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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