PMDB: o tamanho do partido que agora comanda o país

Com a entrada de Michel Temer na presidência da República, o PMDB, que já respondia pela maior bancada no Congresso Nacional, reforça ainda mais a sua força como principal legenda do país.  
Apesar de sua pujança nas esferas legislativas e nos governos locais,  desde a redemocratização, o PMDB só apresentou em duas ocasições  candidatos à presidência. Em ambas sofreu duras derrotas.  Mesmo assim, somando com Temer, emplacou três filiados no cargo - todos  empossados para substituir chefes do Executivo eleitos.
O cientista político Carlos Pereira, da Fundação Getúlio Vargas (FGV),  explica que como a gestão econômica de Sarney (1985-1990) - que assumiu a  presidência em substituição a Tancredo Neves - foi um fracasso, a  imagem do PMDB foi prejudicada. Vale lembrar que no fim de seu mandato, a  inflação chegou a ultrapassar 1620,97% no acumulado de um ano.
“O reflexo veio em 1989, na primeira eleição direta pós-ditadura, quando  Ulysses Guimarães foi o candidato do partido e sofreu uma derrota  esmagadora”, afirma Pereira. Na época, o político recebeu apenas 4,7%  dos votos.
Anos depois, em 1994, a sigla perdeu, mais uma vez, a disputa eleitoral.  “A partir deste momento, o PMDB decidiu adotar uma estratégia de ser o  coadjuvante em vez do protagonista”, diz Pereira, da FGV. “Desde então,  apoiando o partido vencedor das eleições, ele voltou a aumentar a sua  bancada no Congresso”.
De acordo com o estudo “Os Ministros da Nova República — Notas para  Entender a Democratização do Poder Executivo”, entre os mandatos de  Sarney (1985) e Lula (2010), o PMDB foi o partido que mais ocupou pastas  ministeriais.
A história se repetiu nos dois mandatos da presidente Dilma Rousseff. No  primeiro, o PMDB concentrou 6 ministérios. Já no segundo mandato, até  ser afastada do cargo na última semana, a legenda ocupava 7 pastas.
No governo Temer, seis ministérios são ocupados por peemedebistas. Mesmo assim, a equipe do presidente interino é a mais coerente com o Congresso - em termos partidários -  desde a redemocratização, segundo análise da consultoria Pulso Público.
Se Michel Temer fizer um governo bem sucedido, o PMDB deve abandonar sua  zona de conforto como coadjuvante e partir para a briga eleitoral de  2018. “Uma vez que a presidência caiu por acidente no colo de Michel  Temer, o PMDB será obrigado a trilhar o caminho presidencial”, diz o  cientista político Carlos Pereira.
No entanto, vale lembrar que o peemedebista garantiu ao PSDB que não  iria buscar a reeleição. Só o tempo revelará as ambições políticos da  principal legenda do país. 
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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